sábado, fevereiro 18, 2006

Não consigo dormir nunca mais

O sol fulmina a memória. Limpa-a da crueldade do passado.

NÃO CONSIGO DORMIR, NUNCA MAIS

Não consigo dormir, nunca mais. Ando de um lado para o outro. Canso o corpo, enquanto a língua segrega uma saliva exterminadora.
Lá fora, dentro da noite, os chacais, as hienas cercam a casa. Mas o pior é este chacal que me esfarrapa as vísceras, esta hiena que me devora o sonho. Pela janela vejo a linha crepuscular da duna. Um novo corpo liberta-se do meu e caminha fora de mim. Vejo-o afastar-se em direcção aos nevoeiros das cidades. Sei, nesse instante, que nenhum abraço chega para atenuar a dor da separação. Afastados, tudo o que nos resta é começar a imitar a vida um do outro.
O que dissemos perdeu o sabor e o sentido. Harrar, aden, Lisboa, este silêncio... capaz de ordenar e desordenar o mundo. O canto sublime das miragens.
Mas vai chegar o inverno, e a tristeza dos dias começa a zumbir à roda da cabeça.Abri a janela. Avisto uma nesga de céu limpo. Lembro-me de quando trocava um sorriso por um verso, ou por um insulto. Imitávamos assim a felicidade.
A vida, aqui, reduz-se a efémeros passos, surdas gargalhadas, ideias que se evaporam lentamente. Enfim, o mundo não é assim tão grande...
E a vida, afinal, é como as orquídeas, reproduz-se com dificuldade. Mas estou cansado,- os olhos fecham-seme com o peso das paixões desfeitas. Imagens, que se colam ao interior das pálpebras. Imagens de neve e de miséria, de cidades obsessivas, de fome e de violência, de sangue, de aquedutos, de esperma, de barcos, de comboios, de gritos... talvez... talvez uma voz.
o desejo de um sol impiedoso , sobretudo enquanto dormia.
E dezembarquei num cargueiro, desertei um java, pensei mesmo construir uma casa. Mas não foi possível. E digo: que tudo se afogue na gordura das manhãs,que tudo silencie... e uma língua de fogo atinja os livros que não escreverei. Ainda vejo aquelas árvores cobertas de ossos luminosos, e a duna incendiada, o deserto onde posso continuar a reconstruir o universo.
Escavo no coração um poço de sal, para dar de beber ao viajante que fui. Deixo o vento arrastar consigo a infindável caravana de ilusões.

(Al Berto- HORTO DE INCÊNDIO)

NOITEESTRELADA

liberdade condicional

As noticias chegaram sob a forma de mail vindo lá dos confins de outro continente, que agora é assim – estamos aqui e lá ao mesmo tempo. Mary estava doente, digamos com ciática e fora internada . Mas a verdade era bem outra e a doença também. Anthony seu filho voltara outra vez para a prisão depois de uma efémera liberdade condicional. Há anos que o processo e a degradação se arrastam… E que dizer a esta mãe?
Mary sempre se deslumbrou com homens mais novos. Os seus olhos fascinavam-nos, o seu corpo talvez também, a sua mentalidade , a sua afabilidade. Mary seguiu muitos percursos e muitos homens, sempre jovens, sempre estrangeiros, quase sempre portugueses, em países também estranhos e jovens. Um deles , talvez o último, teve morte trágica num acidente. Nunca entendi estes devaneios de Mary, esta procura incessante dum amor que se escapa sempre e sempre se transforma no azedume e na raiva. “Porquê eu?”
Anthony teria tido uma infância normal, com pai e mãe ao seu lado, uma irmã mais velha , um ambiente familiar razoável, digo eu, do lado de cá. Cedo saiu de casa, cedo começou a encantar-se por mulheres mais velhas. Com filhos. Cedo se perdeu nestas teias de linhas de telefone corderosa em que procurava abafar a sua sexualidade. E as contas apareceram que a mãe a principio pagou mas depois de tão exorbitantes teve de fugir para outros locais onde tentou trabalhar para sobreviver, longe de tudo, na solidão de quatro paredes vazias, sem telefone . E a busca recomeçou. E o desvario e a loucura. A agressividade contra tudo e todos, contra a mãe por vezes contra o pai contra o psiquiatra. Não contra as crianças que nunca as atingiu, nunca lhes tocou. Na sua ansiedade febril apenas procurava o telefone, as linhas eróticas, o falso amor pink, as imagens difundidas pela net talvez. Um dia, nesta loucura, nestas digressões sem retorno tem um acidente mortal. Vai parar à prisão onde o processo se eterniza. O acompanhamento psicológico também. Acalma-se forçadamente. Fingidamente(?). E dão-lhe autorização para sair sob vigilância.
………….
E tudo recomeçou…

fases da lua

A vida...

Nós acostumamo-nos a medir a vida em dias, meses, anos!Mas será que é mesmo o tempo que mede a nossa vida?Ou nós deveríamos contar a vida pelo número de sorrisos de abraços de conquistas e amores...

E por que não de fracassos também?Por que não ao invés de tantos anos nós não dizemos tenho 3 amigos, 8 paixões, 4 tristezas, 3 grandes amores e dezenas de prazeres?
A nós vamos vivendo e, às vezes, esquecemo-nos que a vida não é o tempo que nós passamos nela, mas o que nós fazemos enquanto o tempo vai passando, dizem que a vida é curta.
A vida é longa para quem consegue viver pequenas felicidades...E essa tal felicidade vive aí disfarçada como uma criança traquina, a brincar ás escondidas.
Infelizmente, às vezes, não percebemos isso e passamos a nossa existência coleccionando, nãos; a viagem que não fizemos...
O presente que não demos...
A festa que não fomos...
A vida é mais emocionante quando se é actor e não espectador...

Improvisos da alma

Fenomenal (ou então não)

Danny Silva, que não o cantor, único representante português no Jogos Olímpicos de Inverno, que se estão a disputar em Turim, na Itália, entrou hoje em acção. Após ter obtido a qualificação para este evento no Campeonato do Mundo, disputado no Inverno passado, hoje participou nos 15 kms de Cross-Country, estilo clássico.

E meus amigos, que resultado. E garanto que não estou a brincar. Para uma pessoa que como muito bem sabemos, vive num país onde a neve quando aparece é motivo de júbilo e até faz parar as redes móveis, este nosso compatriota, obteve um fabuloso 94º lugar (entre 99 participantes), cumprindo a prova em 54 minutos e 34,1 segundos ( a cerca de 16 minutos e meio do vencedor).

Danny Silva, confessava que tinha dois objectivos em mente:

1 - Fugir ao último lugar;
2 - Bater o seu recorde pessoal, que se cifrava em cerca de 56 minutos.

Pois, caro xôr Silva, objectivos atingidos. Num ano, este senhor retirou quase 10 minutos ao seu melhor tempo nesta competição e isto tudo a treinar, por pura carolice no... alcatrão.

Desblogueador de conversa

Um velho

Foto de Leonel Santos Lopes
Um Velho

No café no lugar de dentro na zoeira turva
senta-se um velho na mesa se curva;
com um jornal diante dele, sem companhia.

E no desdém da velhice miserável
pensa como usou tão pouco o tempo deleitável
em que força, e eloquência, e beleza possuía.

Sabe que envelheceu muito; sente-o, é visível.
E contudo o tempo em que era novo ao mesmo nível
do de ontem. Que espaço apressado, que espaço apressado.

E considera como burlava dele a Prudência;
e como nela tinha confiança sempre - que demência! -
a perjura que dizia: «Amanhã. O tempo é demorado».

Lembra-se de impulsos a que punha freio; e sem medida
a alegria que sacrificava. Cada história perdida
agora troça da sua desmiolada sageza.

Mas do muito que foi pensando e não esquece
o velho atordoou-se. E adormece
no café apoiado sobre a mesa.

Konstandinos Kavafis

BLOG@UNI

HINOS

HINOS SAGRADOS ESCORREM DAS ALTURAS
HINOS QUE ILUMINAM A VIDA
CANÇÕES QUE EMBALAM OS DESEJOS
HINOS QUE ACOMPANHAM OS CAMINHOS

HARMONIAS EM SONS COLORIDOS SEMEADAS
NOTAS DE MÚSICA QUE SE ENTRANHAM NOS CORAÇÕ
ESHINOS DE EQUÍLIBRIO QUE VIBRAM ETERNOS
SONS QUE ATEIAM A CHAMA DAS VELAS

NA NOITE ESCURA A MELODIA GANHA FORMA
NA NOITE ESCURA OS OLHOS CERRAM-SE
NA NOITE ESCURA A LUA FALA
Á NOITE OS HINOS RASGAM AS MURALHAS

E EMBALADO PELOS SONS SAGRADOS FECHO OS OLHOS
E PENSO EM TI

CÍRCULO

cartoons desintéricos: O Lago dos Cisnes e a Gripe das Aves

A nova versão de 'O Lago dos Cisnes' de Tchaikovski - versão pós H5N1 num cartoon de Oliver para o Der Standard, editado em Viena, Áustria

Devaneios Desintéricos

"Portugal manda desenrascar"

Façam a seguinte experiência: vão ao site da wikipédia e digitem "desenrascanço"... o resultado é este :o) Sim, existe uma definição de "desenrascanço" (bela palavra portuguesa, com certeza), em inglês (caso para dizer que "é para inglês ver" hehe), que remete para esse traço tão tipicamente português que é o desenrascanço ou a capacidade prática do improviso à última da hora (obrigado Miguel pela indicação desta "pérola"). Senão vejam:

It is used to express an ability to solve a problem without the adequate tools or proper technique to do so, and by use of sometimes imaginative resourcefulness when facing new situations. Achieved when resulting in a hypothetical good-enough solution.

Gosto particularmente da "hypothetical good-enough solution". Isto seria para rir, se não houvesse quem, em Portugal, tivesse orgulho de ser assim e dissesse, à maneira bem portuguesa, que "é a vida, o que é que se há-de fazer". Ou como diria o Rui Unas "eu sou assim, eu sou assim, são coisas minhas..." E reparem bem na "melhor" maneira de desenrascar o arranjo de um ar-condicionado sem recurso a meios técnicos adequados (nem uma simples escada ou escadote)... "Para quê? Para quê contratar um profissional especializado se eu até tenho conhecimento de electrodomésticos - tenho conhecimento que eles existem, sei ligá-los e desligá-los... logo, sei arranjá-los... não deverá ser assim tão complicado..."

Assim sendo, considero que o facto de se afirmar o "desenrascanço" como tipicamente português sem se preocupar com o que isso significa não deveria acontecer (não é grave, mas não é desejável). Isto porque "desenrascanço" não me parece ser sinónimo de "algo bem feito", mas precisamente o contrário... não diz isto muito acerca do modo como se conduzem as coisas neste país "à beira-mar plantado"?

Pois então, fica à vossa consideração... Quanto a mim, considero que muitas vezes sou "vítima" desta característica supostamente "tipicamente portuguesa"... mas também o são muitos não-portugueses... O que é facto é que devemos deixar estas representações da identidade nacional no passado e abraçar uma nova etapa e um novo desafio nesta era da Globalização: a de abandono do estigma da semi-periferia (ou periferia completa em alguns casos) e afirmarmo-nos como pertententes a esta nova realidade multicultural de corpo e alma. Mas com filosofias do "desenrascanço" não vamos lá, não...

Coexistência Humorística

2

Estou farto da minha vida. Odeio-me. Ainda não percebi qual a minha utilidade e função neste mundo. Se tivesse um mínimo de dignidade e respeito já lhe tinha dado um fim.

Silver-Bullet

Manias

Ora bem, sendo eu a própria Loucura, seria de estranhar que não possuísse estranhas “manias”. Confesso que a difícil missão, não foi encontrar cinco para partilhar com os meus lunáticos leitores, mas sim, seleccionar apenas cinco da fabulástica gama de “manias, taradices e excentricidades” que guardo religiosamente.

Vejamos pois...

1. A Loucura tem o estranho hábito/mania de dormir de braços e pernas cruzadas, com dois pares de meias, uns sobre os outros. Tal hábito mantém-se seja inverno ou verão.
2. A Loucura tem a mania de “observar” os que a rodeiam. Passo a explicar, imaginem-me a mim, a encarnação plena da loucura, a olhar de olhos arregalados as pessoas a minha a volta e as suas conversas, de forma terrivelmente indiscreta. Pior, envolvendo-me por vezes nas conversas desses desconhecidos.
3. A Loucura tem o estranho hábito, de não permitir que toquem nas suas coisas e de ser absurdamente ordenada na sua desarrumação. Pode estar tudo em pantanas, mas mesmo assim, a Loucura sabe perfeitamente onde deixou cada coisa.
4. A Loucura só vê cinema francês. E odeia americanos. O Bush não foi criação sua, e muito menos é inspirado por ela. Com efeito, há muito tempo que atravessou os limites da Loucura.
5. A Loucura, por fim, conta todas as vezes que chamam pelo seu nome – hoje já vai em 24 vezes – odeia ser invocada em vão.

"Cada blogger nomeado tem de enumerar cinco manias suas, hábitos pessoais que os diferenciem do comum dos mortais.E além de tornar público o conhecimento dessas particularidades, terão de nomear cinco outros bloggers para participarem igualmente no jogo, não se esquecendo de deixar nos respectivos blogs, aviso do "recrutamento". Além disso cada participante deve reproduzir este "regulamento" no seu blog."

São convocados pela soberana loucura, os seguintes bloggers: ViraMundo – Ribeira Negra – Dewdrops – A Casa da Floresta – Paradise Lost.

Moria - a Loucura

O Elogio da Loucura

guess-the-google



O Google não é só um motor de busca é também uma fonte de inspiração para alguns web designers. Este site que encontrei, grant.robinson.name (o primeiro site que encontrei com domínio "name") apresenta um jogo que assenta numa ideia simples, mas que é algo viciante. O objectivo do jogo guess-the-google é descobrir uma palavra, que tem como base 20 imagens que são procuradas no Google. O jogo é composto por 10 jogadas, limitadas em tempo com pontuação que origina uma lista dos melhores jogadores do dia. Eu tentei algumas vezes, mas não tive grande sucesso, pois acertar em todas é algo complicado, mas decerto haverá quem consiga. Além de ser viciante como referi é também divertido e dá sempre para pedir ajuda a alguém.

Para além deste jogo, criado por Grant Robinson existe ainda uma outra curiosidade, o Montage-a-google, que utiliza também o Google como base. Aqui escolhesse uma palavra e depois aparece um mosaico composto por imagens relacionadas com a palavra escolhida que clicando dá ligação ao site de referência. Uma brincadeira que até se pode tornar útil.

diasdeblog

SINAIS DO CÉU

Foto: sharkinho
Aqueles de entre vós que já sentiram na pele ou observaram alguém a lidar com uma cólica renal não precisam de mais palavras para perceberem como tem sido este meu dia desde as cinco da matina.
De resto, já ontem à tarde me vi obrigado a "meter baixa" por causa da primeira (e assanhada) gripalhada de 2006.
As forças combinadas destas maleitas, pelo cruzamento dos efeitos, deixam um gajo completamente feito num harmónio.
A puta da vida está a dar-me conta do astral. E um gajo precisa de desabafar estas coisas, pois o desabafo liberta e eu não tenho tendência para me deixar aprisionar pelas circunstâncias.

Por outro lado, em cada momento aziago abre-se uma porta para a beleza, para a força, para o privilégio dos dias melhores. Como a foto acima, que hoje tirei no meu terraço depois de regressar das urgências do CUF Descobertas, bem o demonstra.
Um sinal do (no) céu, como se o sol quisesse mostrar-me como se faz para contrariar as nuvens que insistem em nos toldar a perspectiva, em nos taparem a vista para as maravilhas que a realidade pode oferecer.

A dor não me cegou. E esta posta é o testemunho que vos dou, a minha mensagem de esperança e de força para lutarem contra as condições adversas que, cedo ou tarde, acabam por desaparecer do horizonte.

A natureza percebe muito destas coisas... :)

Bom fim-de-semana para todos vós!

CHARQUINHO

os Portugueses e o euromihões

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A febre continua. Para jogar os Portugueses não desistem.
Se fossem tão bons a trabalhar...

Mais de 27,813 milhões de euros em jogo no sorteio desta sexta-feira do Euromilhões vão para um apostador português.
Foram ainda atribuidos nove segundos prémios.
Cada um vai ganhar mais de 366 mil euros.

Segundo o departamento de jogos da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Portugal arrecada também dois segundos e dois terceiros prémios no valor de 366.762,75 e 93.673,19 euros cada, respectivamente.

Segundo a Agência Lusa, para Portugal vieram 42 dos 128 quartos prémios apurados, cada um no valor de 5.227,29 euros.
Em Portugal foram ainda atribuídos
376 quintos prémios (278,44 euros),
497 sextos (133,95 euros),
1.688 sétimos (68,47 euros)
e 19.532 oitavos prémios (28,27 euros).
Dos nonos prémios, 24.852 vieram para Portugal,
cabendo a cada jogador 20,56 euros.
Couberam ainda a Portugal 27.208 décimos prémios (18,37 euros),
122.362 décimos primeiros prémios (9,78 euros)
e 291.443 últimos prémios (9,12 euros).
-----------------
É muito prémio

mocho

Sensibilidade e bom senso , Crónica do Athilla

Com a mesma sensibilidade com que trato o miúdo chopin e com o bom senso
com que lido com o Benjamim , tenho também de tratar e lidar com a minha
dona .....
Ao contrario do que lhe é costume , anda completamente atrapalhada...por
baixo....há vários dias !!!
No primeiro dia fiquei um pouco apreensivo.
Pensei:-“ tenho que fazer qualquer coisa , tomar uma atitude , se isto
continua... .”
Dela, nada de decisões rápidas , nada de ares de riso por isto e por aquilo ...
só por nada, tantas vezes por estarmos contentes os dois , por hábito ,porque
sim !
Nada disso.....! um baixar de braços....ali , mesmo há minha frente !!!Fiquei
preocupado...muito !
:-Athilla;, meu cão isto de nao ter um computador , a sério mas uma ,
imitação portátil do nosso velho e respeitável PC , ainda por cima chamado
i book G4 com...Tanta técnica ,tanto programa tantas folhas ao mesmo
tempo, tantos lugares, para onde se esconde tudo o que
escrevo , e as minhas fotos ?? onde ficaram as fotos!!!???!!!! Athilla elas
desaparecem aqui dentro!! Nao encontro nada ! Athilla tu nao achas que é
tecnologia a mais !?
:- Concordei com ela . “É muito, é demais” Tem razão coitada .Se ao menos
nao se chamasse iBook G4....que não é um nome respeitável !!!! ,!?!
G4 parece uma arma !:)
Lancei-lhe um daqueles meus olhares de cão fiel “ estou aqui ..não te
preocupes”....e resolvi dormir com o meu bonito nariz quase encostado ao seu
colo , deitando-lhe um calorzinho e dando-lhe a sensação de que tudo vai
correr bem.
Já que insiste em se meter nesse mundo frio e implacável das máquinas só
posso ficar aqui juntinho ,dando conforto...segurança e algum silencioso bom
senso , usando toda a minha sensibilidade de cão amigo.
É isso o que tenho para te oferecer , minha querida dona !
Sensibilidade e bom senso .

outsider

leilão de arte em Lisboa

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Arte portuguesa do séc. XX em exposição e leilão em Lisboa

Amadeo de Souza Cardoso, Almada Negreiros e Paula Rego, Canogar, Arpad Szenes e Branislav Mihajlovic são alguns dos artistas cujas obras vão estar expostas e ser leiloadas no Palácio do Correio Velho, em Lisboa.
A exposição de Arte Moderna e Contemporânea reúne, a partir de domingo, 240 trabalhos de dezenas de pintores e escultores portugueses e estrangeiros e permite acompanhar, através das criações artísticas, várias mudanças políticas e sociais ocorridas ao longo do século XX.
Vão ainda integrar a mostra trabalhos de Júlio Resende, Vieira da Silva, Ângelo de Sousa, José de Guimarães, René Bertholo, Bual, Roberto Chichorro, Manuel Cargaleiro, Álvaro Lapa, Noronha da Costa e Francisco Simões, entre outros.
Estarão igualmente representados no Palácio do Correio Velho artistas plásticos estrangeiros como Alessandro Mendini, Branislav Mihajlovic, Michael Barrett, Cuevas, Lindstrm ou Canogar.

Lua

COM O INVERNO CHEGOU O SILÊNCIO

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Com o Inverno chegou o silêncio
E com o silêncio-vendado
Partiram os olhos
As duas rolas
O pássaro-cantor
E, sim, os luminosos lábios
Que hás-de sentir mesmo sobre a fronte fria
Os olhos iriam fazer um vinho
Acidulado e fresco
As rolas uma cabana sem céu
O pássaro-cantor um oboé voando sobre as águas.

E a tua alma nadadora foi
De ilha em ilha
Sempre na cinza do seu rasto.

HENRIQUE DÓRIA-Mar de Bronze

Odisseus

o selo de portugal

(acto único)

Servidora Incógnita-
Que estrelas acendem as Rosas?
Que nuvens nomeiam?
Que Anjos trazem no seio?
Que músicas,
Que memórias enleiam?

Mestre Templário-
Olhai , Senhora!
Deus era primeiro
E a Rosa se formou,
Mater por inteiro
A Emoção a tomou.

Foi
Por onde Ela começou...
Um lugar de Espaço e Luz
Como nos sonhos Há...

Servidora Incógnita-
Mas o Mestre que me vê a Face
Que vê também minha Alma só
No meu regaço colocou Ísis...
E ébria de cansaços,
Adormeci...

( segundo a Forma e a Lei, sonhei)

Mestre Templário-
Senhora,
Que símbolo divino
Vês em Sonhos?
Será o mundo um Hino?

Servidora Incógnita-(em Sonhos responde)
O mundo, Senhor,
É o nome da Rosa por fora,
Mistério da Ordem,
I.N.R.I.
No Logos da estrela solar,
Na estrela do Fogo.

Este é o símbolo
No qual está escrito um Nome.

E pelo caminho das dez luzes
Há-de portugal
Ser liberto do Sono.

......................................

Servidora Incógnita-(em sonho mais vivo e profundo)

Trago por esta Pátria
O Destino que é mais do que a Espada.
Trago a Rosa da Alvorada.
Trago-a numa Enciclopédia Viva!
Na Cruz Cósmica,
Onde flameja a Luz Ígnea!

Grandes mistérios!

...............................................

Mestre Templário-
Quem sonhas, em ti?

Servidora Incógnita-( em sonho profundo, olhando para além do nevoeiro...)

No limiar do meu Ser
Anjos do Além me fitam...

Sou Portugal Inteiro!
Sou PortugalA ver !...

...............................................
(maat)
( Diálogo entre um S.I. e um M. T.)
óleo de kunst van Nelly

ardeoazul3

sexta-feira, fevereiro 17, 2006

Surpreende-me.

Castiga-me. Deslumbra-me. Enfurece-me. Provoca-me. Agrada-me. Experimenta-me. Compra-me. Bebe-me. Pensa-me. Diz-me. Vende-me. Ouve-me. Celebra-me. Alcança-me. Ensina-me. Anseia-me. Beija-me. Vê-me. Precisa-me. Lê-me.

in: Le cool Magazine

Vivian, my name is Vivian

Boletim Meteorológico para o Pedro

Imagem

Hoje está a chover, a enorme janela, de cinco folhas, duas de abrir e três fixas, tem caixilho de madeira e vidro duplo, as ferragens são de metal preto e sobre os vidros há estores de lâminas finas de côr branca. A janela tem o parapeito baixo, às vezes sento-me nele, como se estivesse sentada na rua, fingindo que estou num degrau alto, olhando para os carros e para as pessoas como se pudesse pegar neles e mudá-los de sítio! (encosto as mãos com força contra o vidro, apetece-me acenar às pessoas e esconder-me) Hoje está a chover por isso a paisagem está enevoada e não vejo a habitual barreira morfológica do horizonte, bem feita, há dias que a montanha desaparece, posso imaginar o que quiser do outro lado do nevoeiro. Nos vidros há gotas grossas de água que me contagiam os olhos. A culpa é tua e dessa tua mania de me espevitares a setecentos e tal quilómetros de distância. Não é justo, não é sentimento, não é nada. Hoje está a chover e bastante vento, bate nos vidros e faz escorrer as grossas gotas de água que me contagiam os olhos. Nem pensar! Conjuntivitosa, contagitivosa! E tu? Contando os dedos das mãos? Abraça-me depressa!
(não podia enviar-to, assim tão chuvoso!)

Sem Cantigas

sombras

foto de Kazuo Okubo
as coisas nunca são como nós as queremos

acho que o que quero é possível, mas ...

a noite, sempre a noite

o álcool ... sempre ... o vodka ... sempre ... os amigos ...

ainda bem que sempre ...

xanax

HUNDERTWASSER

A nossa época encontrou no pintor-rei o mais formidável acusador do pensamento totalitário, da energia nuclear às manipulações genéticas, da protecção do ambiente à organização do quadro de vida. Hundertwasser assume integralmente a sua forma de ver perante as contradições da nossa sociedade pós-industrial. O seu trunfo é a sua arte, a criadora do belo: da harmonia natural, da paz, da felicidade.
Nenhum criador visionário e responsável esteve tão presente como ele em todos os momentos quentes dos últimos cinquenta anos, para aí fazer ouvir a voz generosa de uma consciência livre. Onde for necessário desmistificar um abuso de poder económico ou político, um excesso tecnológico, um ultraje à natureza, Hundertwasser está presente pela virtude clarificadora da sua arte, dos seus posters, dos seus discursos.
Tudo está inscrito na sua pintura que é o revelador da sensibilidade, o livro aberto do destino: ela traduz a intuição em imagens e essas imagens inspiram as principais orientações do pensamento e da acção.
À globalização de uma cultura subserviente à economia, o pintor-rei opõe a resistência compacta e coerente de um indivíduo que resolve passar a vida a cultivar e enriquecer a beleza da sua relação pessoal com o mundo: o desenrolar da expiral concêntrica das cinco peles do homem.
A sua única arma é a arte, concebida como o completo potencial humano da sua criatividade: um potencial cujos resultados actuais, por mais parciais e pontuais que sejam, já provaram ser convincentes apesar dos obstáculos e da oposição que suscitam. O número de pessoas que vive melhor por causa de Hundertwasser, está destinado, pela força das circunstâncias, a aumentar de forma continuada.
É esse o poder da arte: Hundertwasser oferece-nos uma espantosa e cativante forma de a usar - primeiro para viver, em vez de sobreviver, e depois para viver sempre melhor.
O pintor-rei das cinco peles vê o mundo como um quadro sempre mais belo. Tudo vem da arte e regressa à arte.
Pierre RESTENAY
Paris, Setembro 1997

À Rédea Solta

Momentos...

Já vos aconteceu terem um mundo de palavras dentro de vós e nem uma conseguir sair do vosso pensamento?
Já vos aconteceu a saudade e a ternura que têm dentro de vós, estar de uma tal forma em ebulição, que quase faz explodir a montanha da Vida que estão a subir?
Navego nos meus pensamentos, nos meus sentimentos, na minha dor, na minha perda e, não lhes sei dar voz…A perda de pessoas e de afectos que nos são queridos, faz-nos repensar nas coisas que poderíamos ter dito e que nunca dissemos…
Não sei porque vos digo isto, ou antes sei, mas ainda não consigo deitar para fora de mim, tudo aquilo que gostaria de partilhar, mas neste momento, as palavras não saem e, por isso, gostaria de partilhar convosco o afecto de seres que fazem parte da minha vida…e, que me ajudam a sobreviver…
Os meus amigos mais fiéis, que me mimam quando estou triste, que me fazem companhia quando estou doente...que me esperam junto à porta, quando estou ausente... que me fazem sorrir com as suas traquinices e que eu amo muito...
Hoje… neste momento… de afectos sentidos, de ausências tão recordadas, quero deixar-vos aqui com um profundo carinho, os companheiros destas horas…



o Sting...
o Tareco...
o Hugo...

...os meus companheiros de todas as horas...

Menina Marota

Qual princesa encantada...

Belmiro olhou para o SAPO, de uma forma apaixonada!
Com jeitinho, por favor, dá-lhe já um beijinho... bem repenicadinho.
Olha que nós (desde o jornalista ao doutor, passando pela padeira, pelo escritor, ou pelo simples pastor), temos os nossos olhos postos no teu beicinho!
Mal por mal, mais feio não vai ele ficar!
Ò PÁ... avança, “Sebastião”.

pechanense

Livro de Instruções!

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Quando compramos um aparelho novo, por norma, vem acompanhado de um livro de instruções.

Mas a verdade, é que nem sempre o usamos e depois, ficamos surpreeendidos quando nem sempre as máquinas funcionam da maneira certa ou não se tira o melhor partido delas ... porque não fomos ler as instruções!

O meu marido tem um pouco esse hábito. Ou melhor, tinha!!
Um dia, muito aborrecido porque não conseguia colocar uma máquina a funcionar no seu melhor, eu perguntei-lhe: "Tu já leste o livro de instruções?"

Não! - respondeu ele com um ar envergonhado!

Ao que eu lhe respondi: "Então como queres que a máquina funcione bem? Lê primeiro o livro! Com certeza que alguma coisa te falta fazer e o livro explica como!"

Foi então que depois lhe disse ainda: "Sabes, nós seres humanos, também temos um livro de instruções ... ! Deus não nos colocou aqui na Terra sem as devidas instruções. Ele deu-nos um Livro e nesse livro, encontramos todas as directrizes necessárias para o bom funcionamento da nossa vida, tanto terrena como espiritual. Mas infelizmente, muitas vezes queremos pôr a nossa vida a funcionar sem recorrer ao livro ... e depois não nos podemos queixar se algo não corre tão bem!"

Conclusão: Não há vez nenhuma, desde esse dia, que o meu marido não brinque comigo com isso. Sempre que alguma coisa não funciona bem, ele diz logo: "Claro, não li o livro de instruções!!!!"

E eu pergunto-lhe: E tu, já leste o Livro de instruções da tua vida?

Coisas de mim

Segredos escondidos.

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aqui tinha falado dos meus limoeiros.
Um que estava quase morto no jardim e quando o mudei para um vaso ficou alegre. Outro, que comprei com fruto, plantei-o no jardim e ficou moribundo.

Decorrido um ano, afinal de contas, aquele que parecia estar muito alegre por ter-se mudado para o vaso, agora está velho, sem folhas e ainda não deu nenhum fruto. O outro, que aparentemente estava moribundo no jardim, presenteou-nos este Natal com os primeiros limões.

O que está no vaso, não tem grandes raízes, nem terra suficiente para desenvolver. O vaso tolheu-lhe o crescimento. Aquele que está no jardim, já amadureceu e está uma linda árvore frondosa e frutuosa.

Terá sido por causa da terra? Do vaso? Do tempo? Dos limoeiros?

A mão de Deus, foi seguramente.

CANTO DO JO

Hum....que bom...

Tua forma arredondada
De cor irresistível
Tenta-me...
Exalas um aroma apelativo
Tens um corpo macio
És a fruta do pecado
Caio na tentação
Mesmo sem fome
Apenas porque me seduziste
E ... trinco-te
Pressiono-te entre dentes
Envolvo-te com a língua
Degusto-te mastigando
Sugo-te...e tu...
Tão suculenta...
Teu suco escorre
Pelos cantos da minha boca
Lambo-o ... lambo-te....
Olho-te
E trinco novamente
Num ritmo calmo
Absorvo-te em paladares
Despertas a minha gula
Como-te com prazer
Delicio-me com cada trinca
Contorno cada pedaço
Com a ponta da língua
Devoro-te sem parar
Decifrando-te em paladares
És doce... ácida
Fazes-me salivar de prazer
E eu...
Engulo-te...

O Nosso Eclipse

Espelho de sombras

Contemplo meu rosto moldado
Na luz remendada pela escuridão
Lábios ensaiam silêncios
Gestos desertam das mãos

Sereno o corpo cede à sombra
Que no espelho valsa e se reflecte
Almas inquietas correm atrás do luar
Dispersas volteiam sem parar

No sonhar que a noite alenta
A vigília é doce e terna
É profundo este meu anseio
Que arfa no meu brando seio

Olho um rio onde o sentimento desagua
E recordo que o tempo é outro rio
Uma sombra na bruma esvaída
Onde outra luz repousa e lucila

Echoes

Pre(s)sentimento

Foto: Dirk Jesse, in "Staring at the sun"
pressinto
o dia já perto
como um sol poente
e sei que desperto
um sentir doente
e por isso minto
pelo teu sorrir
pelo meu alento
no peito desperto
um som bem dolente
um olhar aberto
sei que te minto
e bem cá por dentro
pressinto

Mulher dos 50 aos 60

Já Volto...

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Vou laurear a minha pevide, por outros ares.
Vou mandar uma no frio.
Não me encham o pacote.
Perdão, o mail.
deixo aqui, uns presentes:

Para quem, não quer fazer nenhum.

Para quem, quer mudar o mundo.

Para quem, ama a arte

Para quem, gosta de pornografia

Volto já...
PS- Post com a colaboração forçada de:
Wind, Rei do Gado, Carqueja

Pornografitti

PANG

PANG

Ando completamente maluco, hiper-viciado, obcecado, ..., pelo PANG!!

Lembram-se (quem é dos meus tempos) da máquina do PANG?

Um gajo andava pelo mundo todo a estourar bolas com um gancho e às vezes com uma pistola.

Pois bem arranjei o jogo para a Play-Station 2 e depois de terminar o Super Pang (pang 2) e o Pang 3, não estou a atinar nada com o Pang 1. Não devia ser o mais fácil? Pois não é. Já falei com diversas pessoas e todas elas concodadram que o Pang 1 é o mais difícil da "triologia".

Se alguém souber de jogos assim divertidos e para duas pessoas (sim, porque a minha mulher também está completamente viciada), que pisque aí em baixo o nome do jogo!!

pisconight

.......

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- Olá, chamo-me Magnolia e ando blogosfericamente preguiçosa.
- Olááááá Magnolia...

(Oh céus, estou a ver que tenho de pedir a alguém que vá regando as flores... Tudo murcha, tudo encarquilha... Não mereço o ar que respiro, sou uma má mãe, uma garden killer!)

- Oláááá Magnolia...
(Calem-se, estúpidos!)

MAGNOLIA AZUL

A coluna partida

Abre no dia 24 de Fevereiro a exposição de Frida Kahlo no CCB, é a mais completa exposição das suas obras (ao que parece nas ultimas duas décadas), já esteve na Tate Modern de Londres e na Fundación Caixa Galicia, em Santiago de Compostela.
Eu estou curiosa, não só pela exposição, mas perceber, depois de se ter feito um filme sobre a pintora mexicana, que tipo de publico vai acorrer a exposição (todos espero).

Tem sido dito que os Portugueses, vão pouco aos museus, que não aproveitam o património das suas cidades, como o fariam se estivessem em férias num lugar qualquer.
Será?
Porquê?

se numa noite de inverno um viajante

Que (grande) porcaria

Antes de mais, o (grande) refere-se unicamente ao tamanho do texto, não tem nada a ver com o conteúdo – não estou aqui para enganar ninguém, desistam enquanto podem. Para quem teima em continuar, o texto começa já a seguir, no primeiro parágrafo como de costume

Sempre que saio da paisagem e vou dormir a Portugal (entenda-se saio de Portugal e durmo em Lisboa) Eu instalo-me num número de uma dada rua ali no centro dessa magnifica metrópole. É uma rua pacata, sossegada e familiar até.
E o que me trouxe hoje até vós é que ultimamente - acho que esta observação coincide com o desenrolar das últimas eleições autárquicas – denoto uma grave perturbação ao normal desenvolvimento da vida social daquela micro-comunidade e dos que por ali gravitam ocasional, periódica e habitualmente.
Não, não estou a apontar para o estacionamento furtivo, que isso ali é um chão que agora está a dar uvas para os homenzinhos verdes desse planeta estranho, amistoso ou nem por isso (ainda está por provar), o EMEL - também no resto da cidade já não é um problema, é uma imagem, não de marca mas que marca (marca as canelas daqueles que estupidamente insistem em caminhar pelos passeios). Todavia não é sobre isso que vos estou a fazer perder o tempo do vosso patrão (expressão vilmente roubada a esse vulto da sátira blogueira, o manda-chuva), apesar do centro da vossa curiosidade também ocupar os passeios. Contudo não é automóvel, ou por outra não é auto, porque móvel fica depois de se fundir com as solas dos sapatos…
Mas vamos por partes a ver se nos entendemos (vocês, porque Eu já sei o que vou escrever e como o vou fazer).Ultimamente, tentava Eu iniciar a exposição antes de começar a divagar (ou a devagar - aí trocadilho!) como está a acontecer agora, assisto a uma mudança de hábitos que veio confundir toda a gente: os serviços camarários resolveram lavar os passeios todas as noites. Ora isto faz com que as diferentes formas de cocó caninas, no tamanho e na origem – este é o verdadeiro tema central do texto, finalmente – não existam pela manhã; dividam a ocupação com as pedras da calçada no pós-almoço; e só depois do jantar praticamente revistam toda a área pedonal. E é precisamente aqui que bate o ponto porque, se no antigamente esta última era a situação normal ao longo de todo o dia - (com licença) merda por todo o lado -, o que fazia com que os transeuntes circulassem sem a dúvida da agressão a um dos ditos montinhos - era inevitável -, agora a evolução do estigma ao longo das horas conturba a caminhada. Nunca se sabe o que, como e onde se vai encontrar. Os ditos desarranjos, digamos, que desarranjam o anterior arranjo do passo.
“Mas isso é errado?”, claro que é.
Primeiro porque, recorrendo a um conceito caro ao grande estudioso e professor de urbanismo Kevin Lynch, apaga-se uma referência da cidade – ex. ao chegar ao destino com os pés enfeitados de consistência, cor e cheiro, qualquer pessoa demonstrava que tinha passado por aquela rua, servindo até como um bom catalizador de conversa:- iiichh, hoje vieste a pé e pela rua tal
- iiichh, hoje vieste a pé e pela rua tal
- pois foi, e tu não lavaste os dentes, nem o teu cônjuge lavou…(e por aí além);
Segundo e mais grave, a falta de confiança no espezinhar certo e certeiro da “pasta canina” força os pedestres a olharem constantemente para o chão, e pior, leva-os a andarem aos saltinhos em bicos de pés – o que se acentua à medida que o dia fecha - como se atravessassem um rio infestado de jacarés, quando dantes o faziam confiantes e em passos seguros, no pré e no pós esborracho. Agora, ainda para mais, fazem caretas e praguejam. Ridículos! Como se pode esquecer assim, em tão pouco tempo, a identidade duma rua.
O que é mais revoltante é que os moradores-donos não têm culpa nenhuma neste cartório; eles continuam a alimentar zelosamente os seus canídeos e a facultarem-lhes, com o mesmo zelo (ou mais ainda) o despejo nos passeios dia após dia, durante todas as horas. Como dantes.
Os limpa-município é que vieram baralhar o esquema todo, com os seus coletes reflectores e as mangueiras saneantes. Que não se acerquem responsabilidades aos residentes, hã. Nem aos donos nem aos possuídos.
Carmona, como sei que me estás a ler, vê lá se tratas disto. Não te deixes levar por tendências de asseio, pensa também nos donos e nos cães. É injusto tanto esforço (não só canino-rectal, como a subir e descer elevadores e escadas) ser lavado todos os dias por essa água contra-laxante. É que se está a lavar a cultura e os hábitos de todo um nicho lisboeta que também merece ser respeitado.
Pensa lá nisso, está bem?

claro no escuro

Quarta (raio me parta) - convidado: Zeca

Porque sempre acreditei que “isto aqui, isto aqui” NÃO “é uma data de ladrões; uma data de gatunos; e uma data de chupistas” atrevi-me ao Zeca, do Plagiadíssimo (aqui a sequela, o original está linkado ali ao lado) companheiro nesta viagem que, segundo Eu, tem um dos blogs mais imaginativos da esfera.
Fi-lo com a convicção de que alguém que tem uma ideia tão original, e o bom gosto de a alimentar como o faz (agora melhor, mas já houve alturas em que vacilou…), também há-de ter muitas histórias a contar e um talento especial para o fazer.
E, para variar, não me enganei. Então vamos lá ler…

Coca & Rissol

Queres alguma coisa da rua?
Sim, se passares pelo Sni traz o Catavento deste mês.
Um beijo, até já.

Boa tarde, desejo uma cola e um rissol se faz favor.
Concerteza
Desculpe, mais uma garrafa de água.

Está um belo fim de tarde, límpido como à muito não se via.Passo o olhar em redor e vejo um gato a olhar para mim.Faço-lhe uma festa e deita-se aos meus pés.

Desculpe, sabe de quem é o gato?
Sei, é do meu patrão.
Sabe uma coisa?
A cadeira onde está sentado é o ninho dele para descansar.

Peço a conta, pago, levanto-me e saio.
Dou três passos olho para trás e vejo o gato a saltar para o ninho dele.
Subo a Av., acendo um cigarro e no meio dos pensamentos umas vozes chamam-me á atenção.
No meio da relva estavam sentados quatro crianças.
Talvez o mais novo com 8 anos e o mais velho 14.
Entre eles uma menina.
Dirijo-me a eles e sento-me na borda da reunião.

Posso?
Quem és tu?
Eu?
Ninguém, só me apeteceu estar aqui…
Hum.... o que fazes?
Sou técnico de cinema.
Quantos anos tens?
54
E tu?
12
E eles?
Entre os 9 e os 14

Desculpem, mas o que é que estão aqui a fazer?
Não vê?
Ver vejo, mas........
Mas o quê?
Isso?
Isto?
Sim, isso!
Cola.
Cola?
Cola.
Há quanto tempo estão aqui?
Há prá aí uma meia hora.
Mas ó cota, isto é algum interrogatório ou quê?
Nada disso, só penso é que estão a deitar a vida para o esgoto!
Esgoto é a própria vida, senhor.
Já agora como é que se chama?
Luís Luís
Assim com dois Luíses?
Assim mesmo.
Tens filhos?
Dois e dois netos?
Sortudo e o que fazem?
Vivem a vida como ela é.
Não, os netos!
Esses estão a estudar, o mesmo deveria suceder convosco.
Connosco?
Isso é outra conversa!
Não vão à escola?
Não.
Não?
Não.
Mas, os vossos pais o que é dizem?
Os nossos pais?
Que pais?
Todos vivemos com a Lua e alimentamo-nos do Sol.
Fim

claro no escuro

quinta-feira, fevereiro 16, 2006



........mesmo que para lá do céu a distância se faça perto...
o indeterminado não se dilui
paira
sobre...

wadiRun

Gentes

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Há pessoas que são tão extraordinárias que dá gosto.

Por exemplo aquelas pessoas que têm o nariz mais virado para o céu do que a generalidade, ficam com uma carinha engraçada, uma expressão cativante e temos de imediato vontade de lhes sorrir.

Há também aquelas pessoas que já nasceram tão ricas que conseguiram comprar toda a verdade. Eu gosto de me sentar a admirar esse imenso espólio que possuem.

Existem ainda aquelas outras que em toda a sua vida, nunca se colocaram perante um espelho, o que diga-se, é uma excelente opção, porque ainda não existem espelhos capazes de reflectir apenas umbigos. Aliás, proponho aos cientistas deste país e do mundo inteiro, que comecem a investir na descoberta de espelhos com essa característica.

Também nos deparamos com aquelas pessoas que têm um tal dom da palavra que o próprio tom de voz se sobrepõe a todas as outras.

Mas, dizia eu, há pessoas que conseguem juntar todos estes pormenores e essas sim, são as pessoas extraordinárias que dá gosto!

Claro que também existem as “Pessoas” mas essas são de somenos importância, completamente insignificantes e desprovidas de piada.

Rebobinando

Decisões Absurdas

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Precaução
Vivia num pânico obsessivo, achava demasiado fácil um árabe entra no comboio e fazê-lo explodir. Um dia, ainda na estação, vê um grupo de árabes, olhando para as vestimentas suspeitas destes, resolve agir.Por precaução mandou a estação pelos ares …

Segurança sentimental
Atordoado por dilemas emocionais, aprisionado pelo amor, tinha de se libertar das teias sentimentais, tinha de tomar uma decisão. Amava duas mulheres, apenas podia ficar com uma. Decidiu escolher aquela, que menos dor de cabeça lhe dava, a que mais segurança emotiva lhe transmitia. Decidiu então pela que menos amava.

Recordações
Vivia cada momento da vida de forma tão intensa que não tinha espaço para recordações. Um dia bateu com a cabeça, apoderou-se dele um esquecimento tal que nem sabia quem era. Não tendo recordações achou que nunca tinha vivido. Estava mesmo convicto da sua inexistência. Para provar a sua inexistência decidiu fazer uma demonstração por absurdo. Deu um tiro na cabeça para provar que não podia morrer pois não estava vivo. O certo é que não se lembra de ter morrido.

Espírito do Contra
Tinha um medo atroz da morte. Sem outro remédio, e contra vontade, não lhe restando alternativa resolve ir ao psicólogo. Este disse-lhe que tinha de enfrentar os seus medos, para o contrariar resolve fugir da morte e viver a vida.

Código Deontológico
O jornalista matou um homem, deu a notícia em primeira-mão. Cumprindo o dever de informar, noticiou o paradeiro do cadáver sem nunca divulgar a fonte da informação.

Reservas de energia
Vivia sobressaltado só de pensar que um dia seria velho. Achava indigno ser-se velho, não podendo fugir da velhice só a podia viver se guarda-se para a 3ª idade os maiores prazeres da vida. Decidiu nunca ter qualquer acto sexual até garantir a reforma. Quando se reformou não teve qualquer erecção, não ficou desiludido, soube de outros com a sua idade que também não tinham, a única diferença é que os outros tinham gasto todas as erecções na juventude.

Sátiras

Quarta (raio me parta) - convidado: SALTAPOCINHAS

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E quem é SALTAPOCINHAS? Quanto a mim é uma menina de vestidinho branco que gosta muito de estar com os Golfinhos, ou seja, alguém que se identifica muito com aquilo que Eu gostava de ser. Mas, para além destas qualidades, consegue escrever uns textos que me deixam mais relaxado que uma massagista tailandesa. Para mim são ao mesmo tempo leves, sérios, verdadeiros, doces, e, sobretudo, muito bem escritos.Por falar em doces (que passagem tão subtil…) também vejo nela alguém que habita no paraíso dos gulosos – Aveiro; ou não fosse esta maravilhosa cidade a origem dos mEus doces favoritos (Eu nem vou dizer o nome para não me babar, mas sempre posso adiantar que são feitos com gemas e açúcar, e a capa de fora consegue-se através da mistura de água com farinha. Pronto, uma pista: o nome começa por aquilo que as galinhas põem e acaba no antónimo de rijo). Fiquem com a “menina saltitona”:

Perdeu-se

Perdeu-se na zona de Aveiro ou arredores um "sentido de humor". Não trazia vestido nada de especial, não tem nenhum sinal particular, nada há que o diferencie dos outros. Era um sentido de humor banal que achava graça a quase tudo. Mas era o meu, faz-me imensa falta, daí este apelo. Se por acaso encontrarem por aí perdido um sentido de humor sem pessoa é capaz de ser o meu... Por favor, devolvam-mo. Já se, também por acaso, encontrarem uma pessoa sem sentido de humor, fujam, pois posso ser eu!

claro no escuro

Quarta (raio me parta) - convidado: Anastércio Leonardo

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Algo escuro de obscuro para tanta claridade

(a minha nota prévia)

Antes que haja uma nota prévia que eu não venha a gostar, faço eu e não EU a minha própria nota prévia. É nota porque como vai ficar escrita é algo que quem lê nota. É prévia porque vai ficar antes do texto.Então a minha nota prévia é para dizer o seguinte: É com muito agrado que escrevo neste blog. Aliás é um privilégio poder escrever em algo que não é meu, ou num sítio onde a minha sogra não seja directora de um jornal. Sempre sonhei em escrever numa coisa que alguém dissesse isto tem valor, vamos publicar. Até cartas ao leitor tentei mas sempre sem resultado. Nunca mas mesmo nunca foram publicadas. Vá lá, vamos ver se desta consigo realizar o meu sonho. Pelo menos fui convidado.........!

(fim da nota prévia)
Texto propriamente dito:

Errata: o que eu queria dizer era texto eventualmente escrito de forma própria.
Estes últimos tempos tem dado matéria e panos para mangas. São vários os temas. Temos presidências, a novela Veiga - Sr. Nuno, o aumento da gasolina, entre outros.
E como tal quis falar de um tema actual. O Fiel ou Infiel na TVI.


NOTA: antes de ler o texto, procure quase no fim NOTA IMPORTANTE, porque realmente vai ser uma nota importante para compreender o conteúdo do texto. Já o texto é que realmente não tem nada de importante.
Há pessoas que me gozam e dizem, tu vês isso??? Ai que horror!!!!


Quando é a minha mãe que me apanha (não, eu não fico assim tão excitado, se calhar pensavam que eu ia dizer que a minha mãe me apanha com a mão na...... (bem, este blog deve ser lido por crianças vou terminar aqui) a ver o programa eu digo, "oh mãe acha que sim, eu não vejo isto, estava a fazer zapping".
Quando é o meu Pai apanhar-me, eu nem digo nada, porque nem tenho tempo, é ele que me diz logo "então pá a gaja já lhe saltou em cima".

Quando é a minha avô que entra e me pergunta "Então que estas a ver, é algum programa interessante?" Eu respondo, "oh vó isto é um programa que eu tenho de ver para fazer um relatório".
Quando são os meus amigos a gozarem-me por ver isto, eu digo "Vocês não sabem o que perdem.....é cada avião".
Quando são as amigas eu digo "oh pá eu choro a rir com aquilo, é o meu programa preferido".

Quando é a namorada eu digo "tu é que me podias arranjar um teste destes..........era uma boa prenda de anos".
A vocês bloguistas eu vou dizer o que penso.
Na verdade o programa é mesmo divertido, porque:


1º tem um apresentador que me faz rir como ninguém, alias, o Castelo Branco faz me rir mais, depois é ele o apresentador, que se fosse há uns anos passava perfeitamente por reforço do SLB, porque tem mesmo pinta de futebolista foleiro (ehehe sempre quero ver se não há censura por parte do EU).

2º confesso, as gajas são mesmo boas.
3º tem piada ver as reacções planeadas e forçadas tanto do apanhado como da apanhada, como do cornudo, como da cornuda. alias palpita-me que ainda vou ver alguns dos que já por lá passaram nas novelas da TVI, tipos Morangos com Açúcar.
4º a oração da bunda, quem não ouviu que ouça. Desde os discos do José Cid, que eu não via uma pérola daquelas.
5º o público, os comentários do público superam os comentário do extinto programa VIDA REAIS, as reacções do público são superiores as reacções que o público tinha nos tempos da A AMIGA OLGA ("as chavesssssss o dinheirooooooo").
6º A DONA FÁTIMA (não pensem que estou a gritar, é mesmo respeito por esta senhora). Esta senhora é uma SENHORA. Alias temos o público que é constituído pelo comum dos mortais, e temos a DONA FÁTIMA, uma Deusa. Aliás ela devia ter um espaço só para ela. Os seus comentários primam pela sapiência, pela experiência de vida. Tem sempre uma palavra amiga, e de compreensão tanto para o infractor como para a vitima. E diz aquilo com uma certeza e convicção, que até comove. Aliás esta senhora se resolvesse formar uma Igreja ela ia longe.

7º porque as gajas são mesmo boas (eu sei que já disse isto, mas é que são mesmo boas).
Agora espero que compreendam porque eu vejo o Fiel ou Infiel..

Anastércio Leonardo

NOTA IMPORTANTE: Faço uma sugestão, leiam apenas isto depois de verem uma vez o programa, quem já viu, pode ler (gostei mesmo disto, fica assim um texto tipo a Caça ao Tesouro).
.
P.S.: sim eu também quis escrever um P.S., porque já que é para fazer um texto faço-o a séria.
.
Pronto já ‘tá escrito o que tinha para dizer. Adeus


N.R.: (AH! POR ESTA É QUE NÃO ESTAVAS À ESPERA Anastércio) Esta singela Nota de Rodapé (é isso que quer dizer N.R.) só veio ao mundo para exprimir o seguinte: Este moço é um génio! Qual lupa ambulante, pega nas miudezas dos portugueses (salvo seja, Anastércio) e transforma-as em textos enormes, no humor, na acutilância e até na escrita, como ficou provado em cima.Agora, não o percam de vista e vão lá lê-o aqui. Ele merece e vocês também.

claro no escuro

Quarta (raio me parta) - convidado: Alyia

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(nota prévia)

Bom, com o intuito de efectuar a portuguesíssima “fuga para a frente” (algo que se faz quando já não há nada a fazer para melhorar qualquer coisa que se começou), Eu resolvi tentar dar alguma dignidade ao endereço virtual onde agora se detém por 7 segundos.
Ora, como é óbvio, este empreendimento nunca poderia ter a minha participação, sob pena de denegrir, ainda mais, a imagem deste blog, e, quiçá, de todos os outros. Assim, cobri-me com um manto de desvergonha e admiração (ah poeta!) e resolvi convidar alguns dos bloggers que mais me vão divertindo - quando tenho tempo para me espalhar por este universo a fora - para, do alto do seu inquestionável e invejável talento, escreverem “qualquer coisinha” (sic) que Eu aqui publicaria. As condições foram (sim, porque Eu também ponho condições) que seria algo sem imagens a ser publicado como me chegasse, sem qualquer tipo de censura ou reparo. Ah, também não haveria recompensa de nenhum tipo ou forma.
E para surpresa do País, estes não se fizeram rogados! Uns porque disseram logo que sim, e outros porque não conseguiram dizer não, lá foram todos acedendo ao desafio, demonstrando não só uma elevada capacidade de sofrimento, como também um lado solidário que é de enaltecer. Isto ainda ganha mais relevância porquanto Eu só “conheço” esta gente, e vice-versa, através da leitura das suas palavras e das cores dos seus templates, o que torna a experiência tão surpreendente quanto recompensadora.
É o resultado da minha desfaçatez, e da boa vontade dessas individualidades, que vai aparecer por aqui nas próximas quartas-feiras, numa rubrica a que Eu chamo de “Quarta (raio me parta)”, em honra de uma brincadeira da escola preparatória (actual ciclo-tal-do-ensino-qualquer-coisa), que Eu gostava muito de praticar – a primeira ideia para o título foi “Por outro lado”, mas parece que já há um programa de convidados com este nome na RTP, feito por uma miúda Ana Sousa Dias, ou lá o que é.

Para minha grande honra, e alívio, a primeira convidada é a Sra. D. Alyia, e gostaria que a recebessem com uma grande salva de palmas, de pé.
Obrigado.

E agora?

Agora?
Agora os cães continuam a ladrar e os gatos a miar. As aves continuama voar. O Sol continua a brilhar.

Só isso?

Sim! O mundo não pára por causa de ninguém! Ninguém o detém! Nunca!

Não o parou o holocausto e nem o deteve o filho da vizinha que nasceu.

Não pára quando choras e nem gira mais rápido quando ris.

A maior parte das vezes o mundo nem repara que existes, nem sabe que estás aí.
És tão pequenina que nem te vê.

Mas… tu és o herói!

Herói? Heróis nascem e morrem todos os dias!

E o mundo… o mundo continua a girar!

Mas… então… nada muda?

Muda sim! Mas não o mundo! O que muda são os teus olhos do mundo!

claro no escuro

Hoje recebi uma daquelas novidades...

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Daquelas que pensei que já não faziam doer cá dentro, e no entanto, esta fez… Uma amiga minha está grávida, pela segunda vez… Somos da mesma idade, ela casou um ano mais cedo do que eu, e já vai no segundo… Quando nasceu a primeira, a S., andava eu nos treinos há pouco tempo, e lembro-me que a fui visitar, entusiasmadíssima, a tentar aprender tudo o que havia para aprender, já a pensar que em breve seria a minha vez de precisar de saber todas aquelas coisas, de ter todos aqueles cuidados… Fiz milhares de perguntas sobre a gravidez, o parto e aqueles primeiros dias em que tudo era maravilhosamente novo e surpreendente… Estava ansiosa por passar por tudo e pensava que não demoraria muito…
Nessa altura, aproveitei a viagem a Lisboa para me encontrar com outra amiga que por sinal também estava grávida de quase 6 meses e, mais uma vez, fiz mil e uma perguntas, agora sobre a fase dos treinos e das tentativas, o tempo que demorava, como ela tinha descoberto e contado ao marido…
Queria preparar-me o melhor possível (como sempre) para esse momento mágico em que, depois das primeiras suspeitas, se descobre (felicidade suprema!...) que o milagre aconteceu, que uma nova vida está a nascer e a desenvolver-se dentro de nós… E imaginava já mil e uma maneiras de contar a grande novidade ao meu amor: como o faria, em que momento, em que registo (a brincar, ou de forma dramática e surpreendente?...), e, mais tarde, a toda a família… Na altura, ainda pensava que o nosso futuro filho seria o primeiro das nossas duas famílias (hoje sei que não…), e imaginava a felicidade imensa que iríamos dar a toda a gente, aos meus pais, ao meu sogro, a todos os outros… Já tinha havido imensas discussões sobre nomes: o de menina já escolhido, o de menino mais polémico…

Na altura tudo era possível, tudo era bonito, tudo eram expectativas e sonhos e ilusões… Tudo era uma questão de tempo (pouco!...) e eu apenas me preparava para viver com toda a intensidade essa felicidade inimaginável…

Entretanto, as coisas mudaram, e muito… E têm vindo sempre a mudar, de tal forma que eu pensava que já conseguia lidar perfeitamente com as novidades de gravidezes da família e das amigas… Pensava que já só sentia felicidade e que essas notícias já não me faziam sentir esquecida e injustiçada pelo destino ou pela vida… Mas parece que ainda não atingi a serenidade tão plena quanto gostaria… Ainda tenho que crescer mais, que aprender mais, que ser melhor… Mas eu vou conseguir, tenho a certeza: se cheguei até aqui, também posso ir mais longe...

Musa sem Inspiração

Será?

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No dia 14 deitei-me já tarde. Como é costume, antes de adormecer, estive sossegadinha, de barriga para cima, com ambas as mãos a fazer miminhos ao Francisco. No meio do silêncio, de repente, pareceu-me que o senti. Parecia que era um passarinho que se mexia dentro de mim. Foram 5 toques e depois mais nada. Ontem bem que tentei mas não senti nada. Será que era o Francisco? Imaginam o tamanho do meu sorriso ao adormecer?? Hoje vou experimentar outra vez.

HOPE

Homenagem ao Bê

O Bê é para mim o cão mais lindo do mundo, é o meu companheiro, o meu amigo do coração, que me compreende tanto...embora às vezes seja um bocadinho "Odie" [...lol...], é -para mim- o cão mais lindo, mais terno, meigo e feliz do mundo! Adoro-te Bê, por seres assim, por nunca me deixares quando eu estou em baixo, porque sempre que me vês chorar vais buscar um brinquedo e pões em cima de mim, ou então apoias o teu queixo nos meus joelhos e ficas ali a olhar-me horas... ou ainda quando me vens lamber as lágrimas... Bê... ás vezes acho que tens uma pessoa dentro de ti, é por isso que para mim és como um filhote, porque te criei desde que tinhas menos de um mês, porque sei que para ti eu sou uma mãe [embora a preferisses com mais pelos, não é?]... Hoje deu-me para isto..depois de ler o blog da Pintas (pintainhas.blogspot.com)...

risquinhosnosolhos

Este é que era....

...era , era!

Louca e Nata

olhos nos olhos

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Porque dizer Amor
É tão banal…
E dizer que Te Amo
É tão pouco…
Para tudo isto que tenho aqui dentro,
Lembra-te apenas
Dos meus olhos
Quando te vêm vêem.
Eles te dirão tudo o que
A boca se recusa
A pronunciar.

AlmaAzul

Uma fotografia por domingo (5)

A fotografia de hoje não podia vir sozinha, por isso são duas...
Esta é de Abril do ano passado (a promessa)
E esta é de hoje! (promessa cumprida)
São servidos?

A natureza é um espectáculo, não é?
Como é que as árvores sabem fazer laranjas?
E de nós só pedem água, de resto fazem tudo sozinhas!
Mas que coisa!!
(podem clicar para aumentar! Tanta trabalheira que eu tinha e o blogger afinal faz isso sozinho!!)

Fábulas