sexta-feira, fevereiro 17, 2006

Espelho de sombras

Contemplo meu rosto moldado
Na luz remendada pela escuridão
Lábios ensaiam silêncios
Gestos desertam das mãos

Sereno o corpo cede à sombra
Que no espelho valsa e se reflecte
Almas inquietas correm atrás do luar
Dispersas volteiam sem parar

No sonhar que a noite alenta
A vigília é doce e terna
É profundo este meu anseio
Que arfa no meu brando seio

Olho um rio onde o sentimento desagua
E recordo que o tempo é outro rio
Uma sombra na bruma esvaída
Onde outra luz repousa e lucila

Echoes