domingo, março 05, 2006

Quarta (raio me parta) - convidado: Macaco Adriano

Nesta selva existem macaquinhos, macacões e outros animais. Existem macaquices, macacadas e, também, umas cacadas. E lá em cima, bem em cima, está o Macaco Adriano a baloiçar-se energicamente, enquanto come umas Bananas e atira com as cascas…Agora é contigo Adriano (muito obrigado):

A MÃE DE TODAS AS "CRACIAS"

O desafio foi feito por Eu e aceite por mim. Constava de escrever sobre qualquer assunto do meu interesse, mesmo que não fosse do interesse de Eu. Depois de muito reflectir, eis que descubro que só sei dissertar sobre três coisas: mulheres, religião e política. Mulheres é assunto corriqueiro entre homens e uma dissertação da minha parte não viria acrescentar nada àquilo que já se sabe. A vantagem das mulheres em relação, por exemplo, ao futebol é que no caso delas falaria com toda a imparcialidade, pois gosto de loiras, morenas, mulatas, pretas, amarelas, vermelhas e azuis, se as houvesse. Quanto à religião, já tenho falado demais dela noutro local, embora no assunto tenha uma autoridade que me é conferida pela minha irreligiosidade, pois que só esta permite estudos comparativos entre religiões que estariam minados à partida caso fosse prosélito de uma delas. Seja como for, excluí estas três hipóteses pelos motivos enunciados, pelo que sobra apenas uma: a política (embora, como se verá, as mulheres e as religiões não possam ser dissociadas do sistema político que aqui defendo).

Determinado país ser uma Monarquia ou uma República nada tem a ver com a forma de poder que nele se pratica. É aqui que entram as "cracias". De uma selecção natural que é resultado de séculos de história ficou a democracia como forma de governo normalmente aceite. O problema é que a própria democracia não é exercida da mesma forma em todo o lado e, se nos países nórdicos, por exemplo, ela é, de facto, a forma que o povo tem de exprimir a sua vontade, em Portugal isso já não é uma verdade assim tão absoluta, uma vez que aquilo a que vulgarmente aqui se chama uma democracia tem muito mais de outras "cracias", como a plutocracia (o poder é exclusividade dos ricos e poderosos), a partidocracia (o poder nunca pode ser exercido fora da lógica partidária) e a burocracia (forma de o Estado entravar sistematicamente a acção normal dos seus cidadãos, impondo procedimentos oficiais desnecessários). Aqui parece que chegámos a um impasse. Então se mesmo o menos mau de todos os sistemas pode não servir, o que nos resta? E eis que, de repente, o meu dicionário me mostra o caminho. Afinal, existe uma "cracia" que ainda não foi experimentada e a maioria das pessoas nem sabe que o conceito existe. Trata-se da PORNOCRACIA. A pornocracia não é mais do que a influência das cortesãs no governo de uma nação. Ora, sendo eu liberal, progressista e um combatente contra o conservadorismo sempre fechado a ideias novas, considero que é este o regime político que falta experimentar. Não sei se seria bom para o défice, mas isso é o que menos me preocupa, pois com défice ou sem ele, a verdade é que nós, cidadãos, não saímos nunca da cepa torta. Pelo menos assim, com as cortesãs, andávamos todos mais contentinhos. Havia apenas uma condição sine qua non: as religiões monoteístas teriam que ser abolidas, pois um sistema destes não se compadece com um Deus que nos criou com corpo para depois no-lo atirar como objecto de todos os pecados. A Luxúria seria a religião de Estado e apenas seriam permitidas outras religiões que não interferissem com esta. O Hino Nacional, esse, podia muito bem ser "João e Maria" (música de Sivuca, letra de Chico Buarque). Fica aqui um excerto: "…E pela minha lei A gente era obrigado a ser feliz E você era a princesa Que eu fiz coroar E era tão linda de se admirar Que andava nua pelo meu país". Ámen.

claro no escuro

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A Mão Esquerda
Klik Klik

2 Comments:

At segunda-feira, 06 março, 2006, Blogger Mikas said...

Menos preconceito e mais liberdade genuína!

 
At segunda-feira, 06 março, 2006, Blogger Unknown said...

Esta é mesmo á macaco adriano! :))

 

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