VAMOS POR PARTES
no meu lento enroscar
observo ciumento
como dançam
minhas pernas nas tuas.
dizem
que estão a executar um volteio.
digo-lhes
que sei bem que arrufam
prenhes de paixão.
e é mesmo por aí que quero ir.
como portagem, justificadamente exigível,
exiges que te deposite
a totalidade do meu corpo.
é teu.
no mais singelo dos seus pedaços.
mas hoje
deposito por cá apenas as minhas narinas.
respira por lá.
deixa-te sossegar no meu ópio
enquanto inalas o meu incenso.
e quando tomas posse
nem hesitas
no teu breve olhar pelo meu pescoço.
a tua escolha já está feita
e os teus dentes de sabre morderam-me a vontade.
negra tinta
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A Mão Esquerda
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