terça-feira, março 07, 2006

ADAGI(and)O

Rolf Armstrong
«Abusus non est usus, sed corruptela - Abuso não é uso, mas corruptela»

De outra maneira – “ Lamentos dos funcionários públicos em geral, médicos, professores e magistrados em particular, é excelente sinal."

Estou que nem posso, e se é raro dar por mim aturdida ao ponto de enviesar o trilho dos neurónios!... Então não é que o clássico sindical – “não se faz uma reforma contra,” e segue junta a classe de profissionais – ainda tem cabimento no discurso sindicalista? Reforma da saúde contra os médicos é arrogância (provocação, prepotência, ditadura, défice de democracia ou qualquer outro chavão tão insano quanto estes). Reforma da educação contra os professores? Choque tecnológico sem os empresários? Reforma do sistema judicial sem o amém dos magistrados? “Loucura,” “naufrágio nacional,” “bancarrota,” “Portugal já deu o que tinha a dar!”, “antes da Revolução é que era...”, “revolução, qual revolução?, nós não revolucionamos, caímos de podres.”

Não passo de simplória, ou a verdade-verdadinha é sermos por via de luso atavismo e humana condição mais avessos à mudança do que os gatos a água? Nos meus derriços politiqueiros, aprendi a valorizar o andamento de um Governo pelo número e tamanho dos pêlos eriçados dos funcionários públicos. Não há pior sinal do que o silêncio dos sindicatos que lhes estão ligados, ou tépidas surtidas sobre o custo de vida, um aumento vinha a calhar e coisa e tal. Tradução – ajeitaram-se, estão no bem-bom, do uso veio o abuso e a corruptela, e quem abrir a janela a ventos de mudança leva com ela na cara ou direita ao gasganete. Por muito que apeteça torcer o dito (gasganete) ou os ditos (pendericalhos pudendos) aos inovadores, a nossa veia assassina privilegia a língua. Pelo uso a afiamos, pelo abuso a trincamos. Décadas depois, mas trincamos.


Sem Pénis, Nem Inveja
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A Mão Esquerda
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