domingo, fevereiro 19, 2006

Sede

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Solidão nua! Apenas as estrelas, imóveis e rutilantes,
Me lançam olhares transparentes no céu semiescuro.
E eu, o homem sempre seguro de sorrisos confiantes,
Desvaneço aqui, nos braços da noite do dia mais duro.

Despedaçam-me saudades de tudo o que desconheço.
Sede! Sede de água fresca. Só me servem vinho tinto!
Estou seco, vazio, como um rio sugado no sol espesso,
Ferve o meu leito. Sê a água! Sê tudo o que pressinto!

És tu! Pressinto-te muito mais que um quadro bonito,
Muito mais que a doce cegueira dum breve devaneio,
Escrevo. Escreverei sem fim, nas sombras do infinito,
Para lá dos teus olhos… Que renasço quando os leio.

Renasço, durante o sono pacifico, como uma crisálida,
Tranco no sótão vinte e seis anos de sangue e mágoa,
A minha sede rescreve-se, mesmo que tímida e pálida,
Para ti, cristalizo esta noite em versos escritos na água.

EXTRANUMERÁRIO.....

1 Comments:

At domingo, 19 fevereiro, 2006, Blogger GNM said...

A imagem foi uma escolha muito feliz! Obrigado.

Parabéns pelo blog!

 

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